A recente elevação da taxa básica de juros para 14,25% ao ano, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), levou o mercado financeiro a revisar suas expectativas para a economia brasileira em 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzida de 1,99% para 1,98%, enquanto a estimativa para a inflação, medida pelo IPCA, caiu de 5,66% para 5,65%.
A alta de um ponto percentual na Selic, a quinta consecutiva em um ciclo de aperto monetário, reflete a tentativa do BC de conter a demanda aquecida e frear a escalada dos preços, pressionados por fatores como a alta na energia elétrica e nos alimentos. Em fevereiro, o IPCA atingiu 1,31%, o maior resultado para o mês desde 2003, acumulando 5,06% em 12 meses – acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem centro em 3%.
O Copom sinalizou que a próxima reunião, em maio, terá um aumento menor na Selic, mas não deu pistas sobre o futuro, mantendo o mercado em alerta. A projeção é que a taxa chegue a 15% até o fim de 2025, recuando gradualmente para 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. Para o PIB, as estimativas indicam 1,6% em 2026, 1,9% em 2027 e 2% em 2028, refletindo um cenário de crescimento moderado.
A economia, que cresceu 3,4% em 2024, mostra sinais de desaceleração, enquanto o dólar é projetado a R$ 5,95 no fim deste ano. Especialistas apontam que os juros elevados encarecem o crédito, incentivam a poupança e podem limitar a expansão econômica, mas são vistos como essenciais para ancorar a inflação. Em meio ao outono tranquilo de São Carlos, o ajuste nas previsões reflete os desafios de equilibrar crescimento e estabilidade de preços no Brasil.