A Avenida Paulista foi tomada por milhares de pessoas neste sábado (14) durante a 17ª edição da Marcha da Maconha em São Paulo. O ato reuniu ativistas, usuários, profissionais da saúde e movimentos sociais em defesa da legalização da cannabis no Brasil, tanto para fins medicinais quanto recreativos.
Realizada desde o início dos anos 2000, a Marcha da Maconha é considerada uma das principais manifestações antiproibicionistas da América Latina. Neste ano, o evento teve como tema “Reparação, direitos e liberdade”, ampliando o debate sobre a crise climática, a violência policial e os impactos da guerra às drogas em territórios periféricos.
Segundo Luiz Fernando Petty, um dos representantes da organização, a marcha reforça a necessidade de uma legalização que leve em conta a reparação histórica. “Discutir regulação sem considerar os impactos sociais é perpetuar a exclusão de jovens negros e moradores das periferias, que sempre foram os mais afetados pela criminalização”, afirmou.
Além disso, há críticas ao avanço do setor privado no mercado da cannabis. Os organizadores alertam para o risco de um processo de legalização que beneficie apenas grandes investidores, deixando de fora justamente as comunidades mais prejudicadas pela repressão.