O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensifica os preparativos para buscar a reeleição em 2026, enquanto o governo enfrenta críticas por adiar a resolução de problemas fiscais, que podem recair sobre seu sucessor. A estratégia do petista, segundo analistas, combina a consolidação de sua base política com o adiamento de ajustes econômicos necessários, em um cenário de crescente déficit público.
Fontes próximas ao Palácio do Planalto indicam que Lula já mobiliza aliados para fortalecer sua campanha, priorizando alianças com partidos de centro e a ampliação de programas sociais. No entanto, a decisão de postergar medidas de contenção fiscal, como a revisão de gastos públicos, tem gerado preocupações entre economistas. O aumento das despesas, aliado à resistência em implementar reformas estruturais, pode comprometer a sustentabilidade financeira do país a médio prazo.
O governo argumenta que as políticas atuais visam proteger a população mais vulnerável e estimular a economia, mas críticos apontam que o crescimento da dívida pública, impulsionado por gastos eleitorais, cria uma “bomba fiscal” para o próximo mandato. Relatórios recentes mostram que o déficit primário em 2024 superou as expectativas, com projeções de continuidade em 2025 caso não haja ajustes.
Enquanto Lula foca na reeleição, nomes como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Educação, Camilo Santana, são cotados como possíveis sucessores pelo PT, embora o partido ainda enfrente divisões internas sobre a estratégia para 2026. O cenário político segue polarizado, com a oposição se articulando para capitalizar as dificuldades econômicas.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) defende que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal, mas prioriza o bem-estar social. No entanto, especialistas alertam que, sem medidas concretas, o próximo presidente herdará um quadro econômico desafiador, com impactos potenciais sobre juros, inflação e investimentos.