Após sucessivas derrotas no Congresso Nacional, que rejeitou o decreto presidencial de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) instruiu seus ministros e aliados a intensificar o discurso contra parlamentares do centrão e da oposição. A decisão, tomada em 26 de junho de 2025, visa destacar a resistência de setores do Legislativo a medidas de justiça tributária, segundo fontes próximas ao governo.
Lula tem cobrado uma postura mais firme, especialmente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende a tributação progressiva para aliviar a carga sobre os mais pobres. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Haddad afirmou: “Estou aqui para fazer justiça tributária, enfrentando os 140 mil super-ricos que resistem a pagar mais impostos.” O governo também lançou uma campanha nas redes sociais, promovendo a “taxação BBB” (bilionários, bancos e bets), reforçando que o foco é aumentar a arrecadação de grandes fortunas para financiar programas sociais.
A tensão com o Congresso aumentou após a votação relâmpago, liderada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que anunciou a derrubada do decreto do IOF nas redes sociais na véspera da sessão, sem consultar o Planalto. O movimento, apoiado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi interpretado por Lula como uma afronta. Auxiliares do presidente veem a ação como uma estratégia da oposição para enfraquecer o governo antes das eleições de 2026.
Apesar da ordem para adotar um discurso mais combativo, alguns aliados alertam para o risco de um rompimento definitivo com o Legislativo, lembrando o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. O governo busca equilibrar a confrontação pública com a manutenção de canais de diálogo, especialmente com líderes como Motta e Alcolumbre, para evitar um colapso na articulação política.