Durante visita à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que pretende indicar para o Supremo Tribunal Federal (STF) uma pessoa com qualificação técnica e compromisso com a Constituição, e não um aliado político. A declaração foi feita em meio às especulações sobre quem ocupará a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria.
“Quero alguém gabaritado, que saiba o papel de um ministro da Suprema Corte. Não me importa se será homem ou mulher, negro ou branco. O essencial é que cumpra a Constituição”, afirmou Lula, destacando que a lealdade pessoal não será o principal critério na escolha.
O presidente participa em Roma do Fórum Mundial da Alimentação e de uma reunião da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, na sede da FAO. Ele retorna ainda nesta segunda-feira ao Brasil e deve discutir o tema com auxiliares antes de tomar a decisão final.
Entre os cotados para a vaga estão o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, considerado favorito pela proximidade com o presidente; o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem apoio no Senado e entre ministros do STF; e o ministro do TCU, Bruno Dantas, também mencionado, mas com menor força nos bastidores.
Barroso, que ocupou a cadeira por 12 anos, anunciou sua saída na última quinta-feira (9), afirmando que pretende se afastar da vida pública. Ele também defendeu que uma mulher ocupe o posto, lembrando que, após a aposentadoria de Rosa Weber, apenas Cármen Lúcia representa o gênero feminino no Supremo.
Questionado sobre a deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália e alvo de pedido de extradição do Brasil, Lula afirmou não ter tratado do caso durante sua viagem. “Nem lembrava desse nome. Ela vai responder à Justiça, aqui ou no Brasil”, disse o presidente, encerrando o tema.