O humorista Leo Lins, de 42 anos, realizou seu primeiro espetáculo em São Paulo após ser condenado pela Justiça Federal a oito anos e três meses de prisão por incitação à discriminação. O show “Enterrado Vivo”, apresentado em um teatro com capacidade para 720 pessoas na capital paulista, atraiu casa cheia, com ingressos esgotados. A performance, marcada por ironias ao sistema judicial e críticas ao “politicamente correto”, incluiu piadas sobre minorias, como negros, pessoas com deficiência, obesos e soropositivos, além de referências a temas como pedofilia e nazismo — conteúdos que já haviam motivado sua condenação.
Lins, que se posiciona como alvo de censura, usou a própria sentença como parte do roteiro, transformando a polêmica em estratégia de marketing. Em um dos momentos do show, ele declarou em tom debochado: “Peguei oito anos. A mensagem da Justiça é: ‘Se você é preconceituoso, não faça piada, mate! Vai sair mais cedo da cadeia’”, arrancando risadas do público. A apresentação reacendeu debates sobre os limites do humor e a liberdade de expressão, enquanto o humorista segue recorrendo da decisão judicial.