Khamenei aponta possíveis sucessores em meio a tensões com Israel

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Khamenei aponta possíveis sucessores em meio a tensões com Israel

The New York Times

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, nomeou no sábado (21) três clérigos como possíveis sucessores para ocupar sua posição máxima no regime iraniano. A indicação foi feita diante da Assembleia dos Peritos, órgão responsável constitucionalmente por eleger e supervisionar o líder supremo.

A medida ocorre em um momento de crescente tensão geopolítica. Israel intensificou ameaças diretas ao Irã nos últimos meses, principalmente após relatos sobre avanços no programa nuclear iraniano. Além disso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — em seu segundo mandato —, adotou um tom ambíguo em relação a Khamenei. Em declaração recente, Trump afirmou que “por enquanto” não tomará medidas para eliminar o líder supremo, levantando preocupações sobre possíveis ações futuras.

A escolha dos nomes, cujas identidades não foram oficialmente divulgadas até o fechamento desta edição, representa um movimento estratégico de Khamenei para garantir estabilidade política e continuidade ideológica no país após sua eventual saída do poder. Com 86 anos, o aiatolá comanda o Irã desde 1989 e é figura central tanto na política interna quanto na postura externa do regime.

Especialistas veem a decisão como uma tentativa de antecipar uma eventual crise de sucessão, caso um ataque externo ou mudança repentina de saúde afete Khamenei. “Trata-se de um recado claro ao Ocidente e aos inimigos regionais: o sistema de liderança iraniano está se preparando para o futuro e não será pego de surpresa”, avalia o analista político iraniano Reza Taghavi.

A Assembleia dos Peritos deverá manter reuniões reservadas nos próximos meses para discutir os nomes indicados e estruturar os próximos passos da sucessão. O cenário ainda é de incerteza, especialmente diante da volatilidade internacional e da pressão crescente sobre o Irã.

Enquanto isso, a população iraniana acompanha com apreensão os desdobramentos, temendo uma escalada no conflito com Israel ou uma nova onda de sanções internacionais.

A situação permanece delicada e em constante evolução.