Em meio à disparada dos preços e à escassez nas prateleiras, o café tem se tornado um item de luxo nos supermercados de São Paulo.
Com o quilo do produto ultrapassando os R$ 40, alguns estabelecimentos têm adotado medidas inusitadas, como trancar pacotes de café em armários ou exibi-los em vitrines fechadas, prática comum para produtos de alto valor, como bebidas, picanha e bacalhau, por exemplo.
A estratégia adotada inicialmente por supermercados da capital, visa conter furtos e perdas, reflexo da valorização acelerada do grão.
Nos últimos 12 meses, o café registrou aumento de até 66% no preço, impulsionado por fatores como a quebra de safra no Vietnã, eventos climáticos adversos no Brasil e a crescente demanda internacional.
Além disso, a alta do dólar tem incentivado produtores a priorizarem a exportação, reduzindo a oferta no mercado interno.
A situação é agravada pela crescente ruptura nos supermercados, que atingiu 11,4% em julho de 2024, indicando a ausência do produto nas gôndolas.
Diante desse cenário, o café, antes presença garantida nas mesas brasileiras, agora é tratado com o mesmo cuidado dispensado a itens de luxo, evidenciando as transformações no consumo e na economia do país.