Após priorizar as famílias de baixa renda com o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o governo federal agora volta os olhos para a classe média, faixa que ficou sem acesso facilitado ao crédito imobiliário nos últimos anos por causa dos altos juros e da escassez de financiamento.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, o objetivo é retomar o acesso à casa própria para quem ganha entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais, grupo fortemente impactado pela taxa de juros elevada. “Com a Selic em patamares altos, financiar um imóvel virou algo quase inviável. Queremos mudar esse cenário”, afirmou.
O governo lançará nesta sexta-feira (10), em São Paulo, o novo modelo de crédito habitacional, chamado de “nova poupança”, que pretende liberar R$ 20 bilhões para o setor. O plano prevê o desbloqueio de 5% dos depósitos compulsórios do Banco Central, o que permitirá a oferta imediata de novos financiamentos, especialmente pela Caixa Econômica Federal.
Além disso, o teto dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) deve subir de R$ 1,5 milhão para R$ 2 milhões, ampliando as opções para famílias que buscam imóveis de padrão intermediário.
O Minha Casa, Minha Vida continuará em expansão, com meta de 3 milhões de moradias até 2026. Segundo o ministro, o programa segue como um dos principais motores da economia, com R$ 275 bilhões já injetados desde 2023.
O governo também avalia ajustar os tetos de renda e valores de imóveis nas faixas mais baixas do MCMV e criar linhas de crédito específicas para reformas e melhorias habitacionais, buscando reduzir o déficit de cerca de 6 milhões de moradias inadequadas no país.
Com as novas medidas, o Planalto aposta em reaquecer o mercado imobiliário, gerar empregos e fortalecer a base da classe média — um passo estratégico rumo a 2026.
