A News/Media Alliance, que representa mais de 200 veículos de imprensa dos Estados Unidos, incluindo gigantes como The Washington Post e The New York Times, classificou o novo modo de busca com inteligência artificial do Google como um “roubo” de conteúdo. A crítica, feita pela presidente da entidade, Danielle Coffey, foi publicada nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, em resposta ao recurso que utiliza IA para resumir informações de sites sem oferecer contrapartida aos criadores de conteúdo.
O modo de busca, lançado nos EUA, funciona como um chatbot que analisa centenas de páginas e entrega respostas detalhadas, com tabelas, imagens e referências, para perguntas complexas. Diferentemente do AI Overview, que responde questões objetivas, o novo sistema consolida informações de múltiplas fontes, mas relega os links originais a uma posição secundária, reduzindo o tráfego para os sites jornalísticos. “Os links eram o último recurso que garantia receita aos veículos de imprensa. O Google apropria-se do conteúdo sem retribuição, o que é, por definição, roubo”, afirmou Coffey.
A entidade teme que a prática prejudique os meios de comunicação, que dependem de cliques para receitas publicitárias, enquanto o Google exibe anúncios nos próprios resultados. O Search Engine Roundtable revelou que testes nos EUA já omitem links nos previews de busca, intensificando preocupações. A News/Media Alliance pediu ação do Departamento de Justiça dos EUA para conter o domínio da empresa na internet.
A mudança sinaliza uma transformação no modelo de buscas do Google, que busca se consolidar como líder em inteligência artificial, competindo com ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI. Com anos de dados de usuários, o Google aposta em respostas personalizadas, mas a redução de tráfego para sites jornalísticos pode limitar o acesso a perspectivas diversas, ameaçando a pluralidade de informações. A entidade alerta que o futuro da navegação online, com menos interação direta com fontes originais, está em risco.