O Estado de São Paulo amanheceu com mais um capítulo perturbador da infiltração do crime organizado nas estruturas da segurança pública. Na manhã desta segunda-feira (5), a Polícia Civil deflagrou a Operação Hitman, que expôs um esquema envolvendo guardas civis municipais, policiais militares e criminosos em atividades que vão de tráfico de drogas a execuções encomendadas.
A operação resultou em 16 mandados de busca e apreensão e 10 prisões temporárias. Os alvos foram localizados nas cidades de Araras, Leme e, surpreendentemente, até em Gramado (RS). Os presos — entre eles um GCM, um PM e sete civis ligados ao crime — foram levados à Delegacia de Limeira. Um segundo guarda municipal de Araras segue foragido.
O grupo investigado atuaria em favor de uma facção do Rio de Janeiro, com o objetivo claro: minar a hegemonia de uma organização rival sediada nos presídios paulistas. O território em disputa? A estratégica região de Araras, importante elo da chamada “Rota Caipira”, corredor logístico essencial para o tráfico de armas e entorpecentes no interior paulista.
As investigações, ainda em estágio inicial, já apontam para uma série de homicídios, tanto consumados quanto tentados, cometidos com alto grau de planejamento. Foram usadas emboscadas, armamentos de guerra e até assassinos profissionais (sicários), o que eleva o grau de periculosidade da organização.
O estopim para o avanço das apurações foi o roubo de um arsenal em Araras, que reacendeu o alerta sobre a disputa silenciosa — e letal — pelo controle criminal da região.