Estratégia digital do governo Lula aumenta verba para redes sociais a 1 ano da eleição

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Estratégia digital do governo Lula aumenta verba para redes sociais a 1 ano da eleição

A um ano das eleições de 2026, o governo federal reformulou sua estratégia de comunicação e intensificou os investimentos em publicidade digital. Sob comando do ministro Sidônio Palmeira, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) ampliou de 20% para 30% a fatia da verba destinada a plataformas online, apostando em influenciadores e conteúdos com formato viral para reforçar pautas como soberania nacional e justiça tributária.

O direcionamento contrasta com a gestão anterior de Paulo Pimenta, que priorizava rádios para atingir públicos fora dos grandes centros. Uma das primeiras mudanças foi a nomeação de Mariah Queiroz para a secretaria de Estratégias e Redes, com experiência em comunicação digital. Desde agosto, ao menos 20 influenciadores já participaram de campanhas oficiais.

Entre as ações recentes, vídeos com linguagem popular e apelo humorístico foram utilizados para defender medidas econômicas e políticas externas. Um exemplo foi a participação do apresentador João Kléber em peça que compara escolhas cotidianas ao compromisso com o Brasil, dentro da plataforma Kwai, que recebeu cerca de R$ 7 milhões em anúncios federais. O Google lidera o ranking digital, com R$ 26 milhões, seguido pela Record (R$ 25 milhões) e pela TV Globo, que mantém a maior fatia da verba, R$ 54 milhões.

O governo também tem explorado a narrativa da justiça tributária, destacando a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil e a elevação da taxação sobre rendas superiores a R$ 50 mil. Em nota, a Secom afirmou que a participação de criadores de conteúdo reflete a mudança no consumo de informação da população e que todos os contratos seguem a legislação vigente.

Apesar da virada digital, a TV continua sendo o principal destino da publicidade oficial, absorvendo cerca de metade do orçamento, enquanto rádios ficam com 10%, mídia exterior com 8% e jornais com pouco mais de 1%.