Um avanço promissor reacende a esperança de pacientes com câncer de cabeça e pescoço em estágio avançado. Um novo medicamento de imunoterapia, o pembrolizumabe, dobrou o tempo médio de controle da doença, passando de dois anos e meio para cerca de cinco anos.
A descoberta foi apresentada no maior congresso mundial sobre câncer e liderada por cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, com base em um estudo que envolveu mais de 700 pacientes de 24 países.
O pembrolizumabe estimula o sistema imunológico a combater o tumor, bloqueando uma proteína que esconde as células cancerígenas das defesas naturais do corpo. Embora já fosse usado em casos de recidiva ou câncer em estágio terminal, agora mostrou resultados positivos também em pacientes recém-diagnosticados com tumores avançados.
O medicamento teve melhores resultados em pessoas com altos níveis da proteína PD-L1, mas beneficiou todos os grupos analisados. Para Kevin Harrington, do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres, a imunoterapia representa uma mudança de paradigma: “Ela reduz significativamente o risco de o câncer se espalhar, o que torna a doença muito mais difícil de tratar.”
O protocolo atual, baseado em cirurgia, radioterapia e, em alguns casos, quimioterapia, permanece inalterado há mais de 20 anos e oferece baixas taxas de sobrevida. O novo tratamento promete mudar totalmente este cenário e dar esperança para quem convive com essa enfermidade terrível.