Nesta sexta-feira, 21 de março de 2025, o mundo se une para celebrar o Dia Mundial da Síndrome de Down, um dado instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012 com o objetivo de promover a conscientização sobre a condição e fortalecer a importância da inclusão social. A escolha do dia 21 do terceiro mês do ano não é coincidente: ela simboliza a trissomia do cromossomo 21, alteração genética que caracteriza a síndrome.
A síndrome de Down, também conhecida como trissomia 21, ocorre quando uma pessoa nasce com uma cópia extra do cromossomo 21, totalizando 47 cromossomos em vez dos 46. Essa condição, que não é uma doença, mas uma variação natural do material genético humano, afeta cerca de 1 em cada 700 bebês nascidos no mundo, independentemente de raça, gênero ou classe social. Hoje, graças aos avanços na medicina e à crescente acessibilidade social, a expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down ultrapassa os 60 anos, um salto impressionante em comparação com as décadas passadas.
Neste ano, o tema escolhido pela Down Syndrome International (DSi), entidade que coordena as ações globais de dados, é “Melhorar Nossos Sistemas de Apoio”. A campanha destaca a necessidade de garantir que indivíduos com síndrome de Down tenham acesso a um suporte adequado em todas as fases da vida, desde a infância até a idade adulta, para que possam exercer seus direitos, fazer escolhas e viver com dignidade. “Todos precisam de apoio em algum momento, e isso não é diferente para quem tem síndrome de Down. O suporte certo, no momento certo, abre portas para uma vida plena”, afirma a organização em comunicado oficial.
Em Nova York, a 14ª Conferência do Dia Mundial da Síndrome de Down, realizada na sede da ONU, reúne hoje autodefensores, especialistas e líderes globais para discutir como os sistemas de saúde, educação e inclusão social podem ser aprimorados. Enquanto isso, em Genebra, eventos paralelos entre os dias 20 e 22 de março abordam os direitos das pessoas com deficiência à participação na vida pública e política.
No Brasil, um dado é marcado por iniciativas locais que celebram as conquistas e os talentos das pessoas com síndrome de Down. Em São Paulo, por exemplo, associações promovem atividades como oficinas de arte e apresentações culturais, enquanto em escolas e empresas, a tradicional campanha “Lots of Socks” — que incentiva o uso de meias coloridas e descombinadas para simbolizar a diversidade — ganha força como um gesto de apoio e visibilidade.
Histórias de superação também inspiraram a reflexão neste dia. João Pedro, de 25 anos, é um jovem com síndrome de Down que trabalha como auxiliar em uma cafeteria no Rio de Janeiro. “Gosto de conversar com os clientes e fazer eles sorrirem. Meu trabalho me dá independência”, conta ele, que sonha em abrir seu próprio negócio. Casos como o de João mostram que, com oportunidades e apoio, as barreiras podem ser superadas.
O Dia Mundial da Síndrome de Down é, acima de tudo, um convite à sociedade para considerar o valor de cada indivíduo e construir um mundo mais acolhedor. Seja usando meias coloridas, participando de eventos ou simplesmente aprendendo mais sobre a condição, todos podem fazer parte dessa mudança. Como diz o lema da campanha deste ano: “Com a gente, e não apenas por nós”.