A taxa de desemprego no Brasil apresentou alta em 12 das 27 unidades da federação no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o último trimestre de 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada hoje pelo IBGE. O aumento mais expressivo ocorreu no Piauí, onde a taxa saltou de 7,5% para 10,2%, seguido por Amazonas (8,3% para 10,1%), Pará (7,2% para 8,7%) e Ceará (6,5% para 8%). Pernambuco, com 11,6%, mantém o maior índice de desocupação do país.
Outros estados com elevação incluem Minas Gerais (4,3% para 5,7%), Maranhão (6,9% para 8,1%), Rio Grande do Norte (8,5% para 9,8%), Rio de Janeiro (8,2% para 9,3%), Mato Grosso (2,5% para 3,5%), Paraná (3,3% para 4%) e Rio Grande do Sul (4,5% para 5,3%). Santa Catarina (3%) e Rondônia (3,1%) registraram as menores taxas, com estabilidade. Nacionalmente, a taxa de desocupação atingiu 7% em abril, a menor para o período desde 2012.
Queda anual em seis estados
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, seis estados registraram redução no desemprego: Bahia (14% para 10,9%), Espírito Santo (5,9% para 4%), São Paulo (7,4% para 5,2%), Rio de Janeiro (10,3% para 9,3%), Santa Catarina (3,8% para 3%) e Paraná (4,8% para 4%). As demais 21 unidades da federação mantiveram estabilidade.
Rendimento real com ganhos tímidos
O rendimento médio real mensal cresceu em apenas três estados entre o último trimestre de 2024 e o primeiro de 2025: Rio de Janeiro (6,8%), Santa Catarina (5,8%) e Pernambuco (4,7%). Na comparação anual, sete estados apresentaram alta, com destaque para Pernambuco (23,4%), Alagoas (13,4%) e Sergipe (13,2%).
Desigualdades por idade, sexo e cor
O desemprego atinge com maior intensidade jovens, mulheres e pretos ou pardos. A taxa entre jovens de 14 a 17 anos é de 26,4%, e de 18 a 24 anos, 14,9%. Mulheres enfrentam 8,7% de desocupação, contra 5,7% dos homens. Por cor ou raça, pretos (8,4%) e pardos (8%) têm taxas superiores aos brancos (5,6%). Quanto à escolaridade, o ensino médio incompleto registra a maior taxa (11,4%), enquanto o superior completo tem a menor (3,9%).
Os dados revelam um mercado de trabalho com avanços, mas ainda marcado por desafios regionais e desigualdades estruturais, exigindo políticas públicas focadas em inclusão e geração de empregos.