A derrubada de vetos presidenciais pelo Congresso Nacional na última terça-feira (17) reacendeu o debate sobre o futuro da conta de luz no país. Parlamentares mantiveram trechos do Marco Regulatório da Energia Offshore que haviam sido vetados por Lula, e a decisão pode gerar impacto de até R$ 525 bilhões nas tarifas de energia até 2040, segundo estimativa do próprio governo federal.
O que mais chamou atenção foi o posicionamento da base governista. Dos 68 deputados do PT, 63 votaram a favor da derrubada do veto — o que representa 92,6% da bancada. No Senado, 77,7% dos parlamentares petistas também seguiram essa linha. O placar total foi de 347 votos pela derrubada e 56 pela manutenção entre os deputados, e 48 a 12 entre os senadores.
A votação contraria o veto do presidente Lula, que buscava impedir dispositivos considerados prejudiciais aos consumidores. Ainda assim, aliados justificaram o movimento. O senador Humberto Costa (PT-CE) afirmou que houve um acordo com o Congresso para impulsionar a transição energética e estimular fontes limpas. Ele também garantiu que o governo editará uma medida provisória para evitar o aumento nas contas de luz.
A decisão provoca críticas e levanta dúvidas sobre o alinhamento da base aliada e o impacto real da medida no bolso da população.