A Polícia Federal encontrou indícios de desvio dos R$ 48,7 milhões pagos em 2020 pelo Consórcio Nordeste — presidido na época por Rui Costa, atual ministro da Casa Civil — para a compra de respiradores nunca entregues.
Segundo o inquérito, o dinheiro público foi transferido pela Hempcare, empresa contratada, a terceiros sem relação com o fornecimento dos equipamentos.
Em menos de um mês, os recursos foram usados para gastos pessoais, como a compra de carros de luxo — um SUV Volkswagen Touareg, um caminhão Mercedes-Benz e um Mitsubishi ASX — e o pagamento de R$ 150 mil em faturas de cartão de crédito.
Parte do dinheiro também bancou mensalidades escolares dos filhos de um dos envolvidos.
A PF apurou que cerca de R$ 5 milhões passaram por contas de empresas de administração de bens e investimentos, sem que qualquer ventilador fosse adquirido. A Hempcare, especializada em medicamentos à base de maconha, não tinha experiência na venda de respiradores.
Apesar de o Tribunal de Contas da União ter inocentado o ex-secretário-executivo do Consórcio, Carlos Gabas, o inquérito da PF segue em andamento, agora no Superior Tribunal de Justiça.