Os Correios acumularam um prejuízo de R$ 1,72 bilhão no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024 (R$ 801 milhões). Trata-se do pior início de ano desde 2017, quando os dados trimestrais passaram a ser divulgados. Este já é o 11º trimestre consecutivo no vermelho, sendo nove deles sob a atual gestão do presidente Fabiano Silva.
A crise financeira da estatal se agrava com queda de receitas, atrasos em pagamentos e até falta de materiais básicos como papelão e fita adesiva, segundo relatos internos. Enquanto isso, empresas privadas de entrega ampliam sua atuação, colocando em evidência a dificuldade dos Correios em competir com eficiência.
Além do rombo crescente, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que a empresa teria manipulado as contas de 2023 para reduzir artificialmente o prejuízo em R$ 1 bilhão. Sem registrar lucros desde 2022, a estatal segue operando com uma estrutura considerada defasada e politizada, sem apresentar medidas concretas de recuperação.
A situação dos Correios reacende o debate sobre o papel do Estado na gestão de serviços postais e o ônus dessa má administração para os cofres públicos.