Com prejuízo recorde e pressão política, presidente dos Correios pede demissão

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Com prejuízo recorde e pressão política, presidente dos Correios pede demissão

O presidente dos Correios, Fabiano Silva, pediu demissão do cargo em meio à pressão política e a um prejuízo bilionário registrado pela estatal. A carta de renúncia foi deixada no Palácio do Planalto, enquanto o presidente Lula está em viagem ao Rio de Janeiro. A saída ainda será formalizada após uma conversa entre os dois.

Silva enfrentava forte desgaste político, especialmente por conta de pressões atribuídas ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), que desde o início do governo tenta emplacar um aliado no comando dos Correios. O Ministério das Comunicações, ao qual a empresa é subordinada, também está sob controle do União Brasil, por meio do ministro Juscelino Filho.

Além da pressão política, aliados de Fabiano relatam que questões de saúde também pesaram na decisão. Ele deixa o cargo em um momento delicado: os Correios amargaram um prejuízo de R$ 1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre de 2025 — o pior resultado entre todas as estatais neste ano.

Apesar disso, Silva nega que a saída tenha relação com os números negativos da estatal. Ele atribui o rombo financeiro à chamada “taxa das blusinhas”, implementada pelo governo em 2023, que afetou o volume de encomendas de varejistas chinesas e impactou diretamente o faturamento da empresa.