O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes comunicou sua desfiliação do PDT, partido ao qual era filiado desde 2015. A decisão foi formalizada por meio de uma carta entregue ao presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, após quase dez anos de militância.
De acordo com informações confirmadas por pessoas próximas, Ciro estuda migrar para o PSDB ou para o União Brasil, siglas que integram o campo de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ministro busca um novo espaço político com vistas às eleições de 2026, nas quais pretende participar de uma articulação contrária ao PT.
Embora o pedido de saída ainda não tenha sido registrado oficialmente, integrantes da executiva nacional do PDT afirmam que a desfiliação é apenas “questão de tempo”. O presidente Carlos Lupi não se pronunciou sobre o caso.
Ciro disputou duas vezes a Presidência da República pelo PDT — em 2018, quando teve o melhor desempenho da legenda desde Leonel Brizola, e em 2022, quando obteve 3% dos votos, o pior resultado de sua trajetória. Desde então, o político vinha demonstrando insatisfação com a aproximação do PDT ao governo Lula, especialmente no Ceará, seu estado natal.
Após a saída de aliados, como o ex-prefeito Roberto Cláudio, que se filiou ao União Brasil, o mesmo destino passou a ser cogitado para Ciro. Outra alternativa é um retorno ao PSDB, partido pelo qual governou o Ceará em 1990 e onde mantém laços políticos com Tasso Jereissati.
Com a decisão, Ciro Gomes encerra um ciclo de quase uma década no PDT e reposiciona seu nome no cenário político nacional, mirando uma possível reconstrução de seu projeto político em campo oposicionista.