Uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho deixou ao menos 60 mortos e 81 presos nesta terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. Entre os mortos estão quatro policiais. Segundo o g1, essa já é a operação policial mais letal da história do estado.
A ação, que mobilizou centenas de agentes, tinha como objetivo cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão, visando desarticular a estrutura da facção que domina a região. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada integralmente pelo governo estadual, sem apoio federal, e classificou a medida como “necessária para conter o avanço do crime organizado”. Estima-se que cerca de 280 mil pessoas vivam nas áreas afetadas.
Em retaliação, criminosos bloquearam importantes vias da cidade, como a Linha Amarela e a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, utilizando ônibus, carretas e entulho para interromper o trânsito. O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, e a Polícia Militar determinou que todo o efetivo fosse para as ruas, suspendendo atividades administrativas.
A operação gerou tensão em toda a Zona Norte, com relatos de tiroteios intensos e moradores abrigados em casa. A mobilização é considerada um marco na repressão às facções no Rio, mas reacende o debate sobre a letalidade das ações policiais e o impacto sobre as comunidades.
