O preço do café moído acumula alta de 80,2% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (9). É a maior inflação registrada para o produto desde maio de 1995, quando o índice chegou a 85,5%, ainda no início do Plano Real.
De acordo com o IBGE, problemas climáticos como calor intenso e seca comprometeram a produção nacional, o que contribuiu para a disparada nos preços. A tendência global de aumento no valor do grão e a valorização do dólar também pressionaram o mercado interno.
Somente em abril, o café moído teve alta de 4,48%. Apesar de ser menor que a registrada em março (8,14%) e fevereiro (10,77%) — esta última a maior em 26 anos —, o valor segue pesado no bolso do consumidor.
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, afirmou que o cenário internacional continua influenciando o preço do produto no Brasil. A cotação do dólar, que impacta diretamente os custos de importação e exportação, também colabora para a elevação.
A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) já havia alertado, em fevereiro, que os preços seguiriam em alta por mais alguns meses, já que os custos do grão ainda não tinham sido totalmente repassados ao consumidor final.