Café atinge maior preço desde a década de 1960 na bolsa de Nova York

CAFE
Foto: Wenderson Araujo/CNA

Nesta manhã, os preços do café arábica sobem 2,49%, em Nova York, e atingem US$ 3,2130, o maior preço do grão desde a década de 1960.

Segundo a Trading Economics, as cotações condensam uma sequência de aumentos impulsionados por um dólar mais fraco e por correções de mercado após recentes quedas acentuadas.

“Entretanto, persistiram preocupações sobre potenciais danos a longo prazo nas culturas de café no maior produtor, o Brasil, devido às condições climáticas adversas ao longo do ano. Embora as chuvas tenham chegado em outubro, a umidade do solo permanece baixa e os especialistas dizem que as árvores estão produzindo demasiadas folhas e poucas flores, que se transformam em cerejas”, diz o boletim.

A consultoria StoneX estimou que a produção de arábica do Brasil cairá 10,4%, para 40 milhões de sacas, no próximo ano, compensada de certa forma pela maior produção de robusta, reduzindo assim a safra geral do país em 0,5%. Enquanto isso, a Federação Nacional do Café da Colômbia informou um aumento de 37% na produção de café arábica do país em novembro de 2024, atingindo 1,76 milhão de sacas de 60 kg de arábica lavado, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Cacau

Enquanto isso, os contratos futuros de cacau para março 2025 voltaram a atingir o patamar de US$ 10.013 por tonelada, alta de 1,62% sob pressão da oferta global. As colheitas na África Ocidental, principal região produtora, seguem com problemas e indicam um volume menor a ser comercializado.

Açúcar e algodão

Já os papéis do açúcar demerara e do algodão com prazo para março do ano que vem caem na abertura da sessão desta sexta-feira. No caso do demerara, a queda é de 0,19%, a 21,16 centavos de dólar por libra-peso. A consultoria informa que o preço acumulado do mês segue pressionado por uma demanda mais fraca e projeções de safra elevada no Brasil e na Índia.

A pluma, por sua vez, opera em 70,71 centavos por libra-peso, depreciação de 0,55%.

Economistas da Trading Economics apontam o câmbio das moedas internacionais como crucial, especialmente com a volatilidade do dólar influenciada pela política monetária do Federal Reserve, o banco central americano. Os efeitos de fenômenos climáticos também devem seguir no radar, pois existem projeções de que condições adversas podem se agravar em regiões produtoras chave, como África, América Latina e Ásia.

GLOBO RURAL