O Brasil registrou a menor taxa de fecundidade da história: 1,6 filho por mulher, segundo o Censo Demográfico de 2022 divulgado pelo IBGE. O número está abaixo do nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher), necessário para manter o tamanho da população estável ao longo das gerações.
O índice de fecundidade no país vem caindo de forma contínua desde os anos 1970. Em 1960, era de 6,3 filhos por mulher. Nos anos 2000, o número caiu para 2,4 e agora chega a 1,6. A tendência é influenciada por fatores como maior escolaridade, mudanças culturais e adiamento da maternidade.
A idade média das mulheres ao ter o primeiro filho subiu para 28,1 anos. Em paralelo, aumentou o número de mulheres que optam por não ter filhos: 16% das brasileiras entre 50 e 59 anos nunca tiveram filhos, número que era de 10% em 2000.
A queda de fecundidade varia por região e grupo social. O Sudeste apresenta o menor índice (1,41) e o Norte, o maior (1,89). Mulheres indígenas têm, em média, 2,8 filhos, enquanto mulheres brancas têm 1,4. Quanto maior a escolaridade, menor o número de filhos: mulheres com ensino superior completo têm apenas 1,2 filho.
Também há diferença entre grupos religiosos: evangélicas registram a maior média (1,7 filhos), e espíritas, a menor (1,0).
O cenário indica um Brasil que caminha para o envelhecimento populacional, com impactos futuros em áreas como previdência, mercado de trabalho e políticas públicas.