Brasil Mantém Liderança em Casos de Depressão na América Latina

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Brasil Mantém Liderança em Casos de Depressão na América Latina

O Brasil mantém a posição de país com a maior prevalência de depressão na América Latina, conforme apontado por uma meta-análise de 2023 publicada no The Lancet Regional Health – Americas . O estudo revelou que 17% dos brasileiros já enfrentaram a doença em algum momento da vida, consolidando a liderança do país na região.

Contexto histórico

Desde 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já indicava que 5,8% da população brasileira, equivalente a 11,5 milhões de pessoas, sofria de depressão, o maior índice da América Latina na época . Essa tendência tem sido confirmada por estudos subsequentes, destacando a gravidade do problema no país.

Um problema recorrente

Embora a informação tenha voltado a circular nas redes sociais, ela não é nova, mas reflete uma realidade persistente. A depressão, reconhecida como a principal causa de incapacidade global pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) , continua sendo um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro.

Necessidade de ação

A alta prevalência da depressão no Brasil reforça a urgência de políticas públicas que ampliem o acesso a tratamentos e promovam a conscientização sobre saúde mental, visando reduzir o impacto da doença na sociedade.


Brasil mantém liderança em taxas de depressão na América Latina, confirma estudo de 2023

O Brasil segue como o país com a maior prevalência de depressão na América Latina, uma realidade que persiste há anos e foi reforçada por uma meta-análise publicada em 2023 no The Lancet Regional Health – Americas . O estudo, conduzido por Errazuriz et al., revelou que 17% dos brasileiros já enfrentaram depressão ao longo da vida, consolidando a posição do país como líder em casos na região.

Contexto histórico e dados da OMS

Desde 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontava o Brasil como o país com a maior taxa de depressão na América Latina, com 5,8% da população, ou cerca de 11,5 milhões de pessoas, sofrendo da doença naquele momento . Esse índice era superior ao de outros países da região, como Cuba (5,5%) e Barbados (5,4%). A OMS também destacou que distúrbios de ansiedade afetavam 18,6 milhões de brasileiros, ou 9,3% da população, evidenciando a gravidade dos transtornos mentais no país.

Meta-análise de 2023

A meta-análise de 2023, intitulada Prevalence of depressive disorder in the adult population of Latin America: a systematic review and meta-analysis, analisou dados de 40 pesquisas realizadas nos últimos 30 anos em sete países latino-americanos, cobrindo quase 80% da população da região. O estudo confirmou que, enquanto a média de prevalência de depressão na América Latina é de 12%, no Brasil esse número atinge 17%. Além disso, a taxa de diagnóstico nos últimos 12 meses no Brasil foi de 8,11%, contra 5,3% na região, e nos últimos 30 dias, 5,48% dos brasileiros preencheram critérios diagnósticos, comparado a 3,12% na América Latina .

Impacto e desafios

A depressão é reconhecida como a principal causa de incapacidade em todo o mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) .

Especialistas, como a psiquiatra Juliana Tramontina, citada pelo Ministério da Saúde, explicam que a depressão é um transtorno multifatorial, influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais. A falta de acesso a tratamentos adequados e o estigma associado aos transtornos mentais são barreiras significativas. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com apenas 19 psicólogos para cada 100 mil habitantes, o que limita o atendimento, especialmente em estados como Pará, Ceará, Amazonas e Maranhão .

Esforços do governo

O Ministério da Saúde tem buscado ampliar o atendimento em saúde mental, com investimentos de mais de R$ 414 milhões em 2023 na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que inclui 2.855 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 870 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). A expectativa é que a rede cresça mais de 5% ao ano nos próximos quatro anos . Apesar desses esforços, a alta prevalência de depressão no Brasil destaca a necessidade de políticas públicas mais robustas.

Um chamado à ação

Embora a informação sobre a liderança do Brasil em taxas de depressão tenha voltado a circular nas redes sociais, ela reflete uma realidade persistente, não uma novidade. A constatação reforça a urgência de ações coletivas para combater o estigma, melhorar o acesso a serviços de saúde mental e promover a conscientização. A depressão, como transtorno que interfere na vida diária, exige uma abordagem integrada que envolva governo, sociedade e profissionais de saúde para reduzir seu impacto e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.