Em 2024, o mundo registrou a maior perda de florestas desde o início do monitoramento pela Global Forest Watch, em 2002. Pela primeira vez, os incêndios florestais superaram a agropecuária como principal causa de supressão de mata tropical primária.
O Brasil liderou esse triste ranking, respondendo por 42% de toda a perda global, com 2,8 milhões de hectares devastados, especialmente na Amazônia, devido a incêndios agravados por uma seca histórica e pelo fenômeno El Niño.
Bolívia e Colômbia também apresentaram aumentos expressivos na perda de florestas, impulsionados por secas extremas, incêndios e expansão agrícola. Na Bolívia, a perda florestal aumentou 200% em relação ao ano anterior.
Fora dos trópicos, as florestas boreais do Canadá e da Rússia também sofreram perdas recordes devido a incêndios. Em contraste, países do Sudeste Asiático, como Indonésia, Malásia e Laos, conseguiram reduzir significativamente a perda florestal por meio de políticas eficazes de conservação.
Especialistas alertam que a continuidade dessa tendência pode levar a um ponto de não retorno ecológico, comprometendo a estabilidade climática global. Com a COP30 prevista para novembro em Belém (PA), cresce a pressão por ações concretas e financiamento sustentável para a preservação das florestas tropicais.