Bolsonaro compara denúncia da PGR a regimes autoritários e nega tentativa de golpe

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Após a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou em suas redes sociais nesta quarta-feira (19), classificando as acusações como “vagas” e afirmando que “o mundo está atento ao que se passa no Brasil”.

Bolsonaro comparou a situação brasileira a regimes autoritários de países como Venezuela, Nicarágua, Cuba e Bolívia, sugerindo que há uma “cartilha” utilizada para perseguir opositores políticos. Segundo ele, tais governos “fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder”.

A denúncia da PGR acusa Bolsonaro e outras 33 pessoas de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Caso a acusação seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e resulte em condenação, as penas somadas podem chegar a 43 anos de prisão.

Em sua defesa, Bolsonaro afirmou que continuará alertando a comunidade internacional sobre os acontecimentos no Brasil: “Seguiremos fazendo nossa parte para que todos saibam o que se passa hoje no Brasil. A liberdade irá triunfar mais uma vez”.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, notificou Bolsonaro e os demais acusados para que apresentem suas defesas iniciais por escrito no prazo de 15 dias.

Parlamentares aliados a Bolsonaro também se manifestaram, classificando a denúncia como uma “peça de ficção” e alegando perseguição política. O deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, afirmou que a acusação está baseada em delações e presunções, sugerindo que Bolsonaro enfrentará um “julgamento de cartas marcadas”.

A defesa de Bolsonaro considera a denúncia “precária e incoerente”, argumentando que não foram apresentadas provas que o liguem aos crimes mencionados. O ex-presidente e seus aliados continuam a alegar perseguição política e a questionar a validade das acusações.