Audiência no Senado Expõe Embate entre Ministro e Senador sobre Fraudes no INSS

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Imagem:: CNN

A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado foi palco de um acalorado confronto entre o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR) na quinta-feira (15). O motivo da audiência era esclarecer supostas fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, que, segundo investigações da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), geraram prejuízos de cerca de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.

O embate começou quando Moro questionou se Queiroz, então secretário-executivo do Ministério da Previdência, tinha conhecimento dos descontos associativos cobrados irregularmente por sindicatos e entidades. O senador apontou que as fraudes, que atingiram R$ 2,8 bilhões em seu auge, foram denunciadas em 2020, período em que Moro era ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Queiroz retrucou, sugerindo omissão do senador à época: “As denúncias surgiram em 2020, quando o senhor era ministro. Fez algo para impedir essas fraudes?”

Moro, por sua vez, acusou Queiroz de inação, alegando que o ministro foi informado sobre as irregularidades em uma reunião em junho de 2023, mas não tomou providências. “O senhor foi alertado diretamente e nada fez. Quem se omitiu foi Vossa Excelência”, disparou o senador. Queiroz negou ter conhecimento prévio das fraudes e questionou se Moro, como ministro, também não teria falhado em acompanhar o caso. “Não chegou ao meu conhecimento, mas ao seu chegou”, respondeu Moro, intensificando a troca de acusações.

O senador ainda refutou alegações de omissão em 2020, destacando que já havia deixado o governo em setembro daquele ano. “Se eu tivesse sido informado, como o senhor foi em 2023, teria agido imediatamente. Quem permitiu que a fraude escalasse foi Vossa Excelência”, afirmou Moro, em referência ao período em que Queiroz ocupava cargo de confiança no Ministério da Previdência.

A audiência, convocada para esclarecer os descontos não autorizados, evidenciou a disputa política e a falta de consenso sobre responsabilidades nas fraudes. As investigações da PF e da CGU continuam, enquanto o caso segue gerando debates acirrados no Congresso.