Uma disputa incomum envolvendo uma boneca reborn chegou à Justiça em São Carlos e chamou a atenção pelo teor emocional e pelos detalhes do caso. Após o divórcio, um pai entrou com ação para recuperar a boneca hiper-realista da filha, então com 11 anos, além de outros pertences pessoais da criança.
Segundo o processo, o homem, que detinha a guarda da filha, alegou que a ex-companheira se recusava a devolver diversos itens após o fim do relacionamento. A situação se agravou quando ele recebeu um áudio da mãe ameaçando doar os pertences da menina por vingança — entre eles, uma boneca reborn avaliada em R$ 1.000.
A ação judicial incluiu ainda o pedido de devolução de bens que somavam aproximadamente R$ 35 mil. O juiz determinou que os objetos fossem restituídos ao pai. Mais tarde, o processo foi encerrado por meio de acordo extrajudicial entre as partes.
O caso, ocorrido em nossa cidade, se soma a outros episódios envolvendo essas bonecas hiper-realistas, que têm mobilizado o Judiciário brasileiro. Em Itanhaém (SP), uma motorista foi multada ao transportar uma reborn no banco da frente do carro, gerando confusão com a polícia. Em outra situação, uma mulher buscou regulamentar a guarda da boneca após o término de um relacionamento. E há ainda registros de brigas entre fabricantes das bonecas — as chamadas “cegonhas” — por supostas calúnias e disputas comerciais.
O episódio, porém, é um dos primeiros com decisão favorável relacionada a um brinquedo com tamanho valor afetivo e simbólico.