Anvisa aprova vacina contra chikungunya do Butantan e Valneva para uso no Brasil

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© MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (14), o registro da vacina contra chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva. O imunizante, de dose única, é o primeiro contra a doença autorizado para uso no Brasil e será indicado para pessoas acima de 18 anos. A decisão marca um avanço significativo no combate à doença, que já registrou mais de 233 mil casos prováveis ​​no país apenas no primeiro semestre de 2024.

A vacina, chamada Ixchiq, apresentou alta eficácia em ensaios clínicos, induzindo anticorpos neutralizantes em 98,8% dos voluntários adolescentes no Brasil e 98,9% dos adultos nos Estados Unidos. Estudos apontam que a proteção se mantém em 98,3% dos imunizados após um ano, com reações adversas leves, como dor de cabeça, fadiga e sensibilidade no local da injeção. O imunizante é seguro e bem tolerado, segundo o Butantan, mesmo em pessoas com exposição prévia ao vírus.

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti , o mesmo vetor da dengue e do zika, a chikungunya provoca febre alta, dores intensas nas articulações, dor muscular e, em casos graves, sequelas articulares crônicas que podem durar anos. No Brasil, a doença é endêmica, com alta incidência nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. “Essa aprovação é um marco para a saúde pública. A vacina será uma ferramenta essencial para reduzir o impacto da chikungunya”, afirmou Esper Kallás, diretor do Butantan.

A produção da vacina no Brasil resulta de um acordo de transferência de tecnologia firmado em 2020 entre o Butantan e a Valneva. Com a aprovação, o imunizante poderá ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) avaliação após o Ministério da Saúde, ampliando o acesso da população. A vacina já havia sido liberada nos Estados Unidos, Europa e Canadá, reforçando sua relevância global no enfrentamento da doença, presente em mais de 110 países.

Enquanto a vacina não chega à rede pública, as autoridades reforçam a importância de combater o mosquito com medidas como a eliminação de criadosuros em água parada. A Anvisa destacou que a proposta foi baseada em dados robustos de segurança e eficácia, analisadas em conjunto com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), garantindo rigor técnico ao processo.

informações: Agência Brasil