O uso prolongado de telas na infância tem feito os casos de miopia aumentarem de forma preocupante. De acordo com um estudo da Associação Médica Americana, a taxa de diagnóstico de miopia entre crianças de 6 anos saltou de 28,8% em 2020 para 36,2% em 2021. Um reflexo direto do aumento do tempo em frente a computadores, celulares e televisões, herança clara dos tempos de pandemia.
A oftalmologista Rosa Maria Graziano alerta que o impacto vai além da visão embaçada: “Uma visão prejudicada pode afetar o desempenho escolar, a concentração e até a saúde emocional da criança”. Ela relata ter atendido casos de crianças tratadas por TDAH com ritalina, quando, na verdade, a dificuldade vinha de um alto grau de miopia não diagnosticado.
Para prevenir problemas, a médica recomenda exames oftalmológicos nos anos ímpares da infância — aos 1, 3, 5 e 7 anos. Se isso não for possível, ao menos uma avaliação aos 5 anos é essencial. Sinais como distração, irritabilidade, cansaço visual e baixo rendimento escolar também merecem atenção imediata.
A doutora reforça a importância de pausas regulares durante o uso de telas, tanto para crianças quanto para adultos: “Um minuto de descanso a cada 20 minutos ajuda a evitar o cansaço visual e a lubrificar os olhos”.