Um grupo de partidos em articulação com o PL de Jair Bolsonaro, está pressionando para que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) assuma a relatoria da CPI do INSS. A movimentação é vista como uma resposta política ao governo Lula, acusado por parlamentares de tentar desgastar o Congresso diante da opinião pública.
Nikolas, uma das principais figuras da oposição, passou a ser defendido por essa ala após declarações de membros do governo criticarem a atuação do Legislativo. Um dos pontos de atrito foi a reversão, pelo Congresso, do aumento do IOF promovido pelo Executivo. Também gerou reação a fala de que parlamentares estariam chantageando o governo para obter a liberação de emendas.
Até o momento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não decidiu sobre o nome para a relatoria. Interlocutores próximos a Hugo Motta (Republicanos-PB), relator do Orçamento e aliado de Lira, afirmam que ele prefere evitar uma definição no calor das tensões políticas. Motta vinha sinalizando apoio a um nome mais moderado para o posto.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reforçou o apoio a Nikolas: “Se depender de mim, o relator seria o Nikolas”.
A relatoria de uma CPI permite ao deputado propor quebras de sigilo e redigir o relatório final da comissão, com sugestões de indiciamentos. A presidência da CPI será do Senado, com o senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governo, como favorito ao cargo.