foto: EPTV
Nas zonas rurais, cães sempre foram companheiros fiéis dos trabalhadores do campo. No entanto, uma nova geração de “ajudantes” está começando a ganhar espaço nas plantações: trata-se de um cão robótico. Criado originalmente na China e posteriormente adaptado para as condições brasileiras, esse dispositivo tecnológico surge como uma inovação promissora na vigilância agrícola, especialmente em áreas de difícil acesso, como os extensos canaviais.
Com cerca de 15 quilos e dimensões semelhantes às de um cachorro de porte médio, o robô é equipado com um conjunto de sensores e câmeras capazes de detectar pragas, doenças e falhas no cultivo. Em vez de pelagem, o “animal” carrega um arsenal tecnológico, incluindo um sensor a laser que realiza varreduras nas plantas e constrói um modelo digital detalhado da lavoura.
Atualmente em fase experimental em algumas usinas, o robô tem como objetivo auxiliar — e até substituir em parte — os chamados “pragueiros”, profissionais encarregados de identificar problemas nas plantações percorrendo os campos a pé. “É uma tarefa exigente, tanto fisicamente quanto em termos de disponibilidade de mão de obra”, observa Guilherme Alonso Martins, integrante da equipe envolvida no projeto.
Complementando o robô, há também um mini laboratório portátil, que processa os dados captados em tempo recorde. “Antes, era preciso esperar até um dia inteiro para obter resultados de uma amostra; agora, temos respostas em apenas 30 segundos”, relata Alexandre Pereira, que opera o sistema. Essa agilidade promete trazer ganhos significativos na produtividade agrícola.
Para o futuro, a proposta é ainda mais ambiciosa: formar uma rede de cães-robôs interligados, capazes de atuar em conjunto, compartilhando dados em tempo real e cobrindo vastas extensões de terra de forma coordenada. Apesar do potencial, os desenvolvedores ainda estão ajustando a tecnologia para que ela suporte os desafios do ambiente rural brasileiro.